TÍTULO DO SIMPÓSIO:
Paisagens da Itália finissecular
PROPONENTES:
Eric Santiago (UFRJ) - ericsilvasantiago@gmail.com
Fabiano Dalla Bona (UFRJ) - fdbona@gmail.com
Julia Lobão (UFRJ) - julialobao@msn.com
Fabiano Dalla Bona (docente UFRJ)
Os jardins podem ser considerados textos estéticos e como tais podem ser abertos ou fechados, podem suscitar estados emotivos, estimular o regozijo sensorial, propor, em suas diversas tipologias estilísticas e culturais e, em suas múltiplas poéticas, específicos percursos narrativos que guiam o olhar do observador a fim de produzir uma pluralidade de efeitos emotivo-pathemicos. Por sua natureza textual e por sua possibilidade de estimular ou enriquecer a imaginação dos visitantes-leitores com a experiência de lugares evocados ou inventados; os jardins literários constituíram tanto um modelo de princípio organizador de tramas narrativas como de cenário de ações privilegiadas (DALLA BONA, 2017, p. 165). Gabriele D’Annunzio (1863-1938) descreveu Veneza pela primeira vez em 1878 quando frequentava o liceu: era uma Veneza imaginária, pois a visitou somente em 1887, e desde então se apaixonou pela cidade lagunar. A Veneza dannunziana é uma miscelânea de sensações consequentes à visão que é transfigurada em um significado mais alto, quase inatingível. A cidade ocupa um lugar especial em suas obras, principalmente no romance Il fuoco (1900) e na prosa lírica de La Leda senza cigno (1916) e em Notturno (1921). Esse artigo apresenta como recorte a descrição de jardins venezianos na obra La Leda senza cigno, obra pouco divulgada em nosso país. De caráter fragmentário a análise se detém principalmente na chamada “Licenza”.
PALAVRAS-CHAVE: Gabriele D’Annunzio, Veneza, Jardins
REFERÊNCIAS:
DALLA BONA, Fabiano. Paisagens de palavras na obra de Giuseppe Tomasi di Lampedusa. Rio de Janeiro: RioBooks, 2017.
D’ANNUNZIO, Gabriele. La Leda senza cigno. Milano: Fratelli Treves Editori, 1916.
EDEN, F. Un giardino a Venezia. Trad. Maria Grazia Perugini. Bologna: Pendragon, 2008.
MADELÉNAT, D. L’intime en ces jardins. In: BERTRAND-GRIFFITHS, S.; LE BORGNE, F.; MADELÉNAT, D. Jardins et intimitè dans la littérature européenne (1750-1920). Clérmont-Ferrand: Presses Universitaires Blaise-Pascal, 2008, p. 7-38.
TERRA, C. G. Paisagens construídas: jardins, praças e parques do Rio de Janeiro na segunda metade do século XIX. Rio de Janeiro: Rio Books, 2013.