TÍTULO DO SIMPÓSIO:
Paisagens da Itália finissecular
PROPONENTES:
Eric Santiago (UFRJ) - ericsilvasantiago@gmail.com
Fabiano Dalla Bona (UFRJ) - fdbona@gmail.com
Julia Lobão (UFRJ) - julialobao@msn.com
Wellington de Jesus Neves Rodrigues (mestrando UFRJ)
O semanal L’Iride Italiana (1854-1856), publicado na Corte do Rio de Janeiro, buscou tornar-se um veículo para a divulgação das letras italianas no Brasil. Ainda que o jornal apresente uma nação italiana, a sua Unificação político-geográfica só ocorrerá anos depois, em 1861. No entanto, uma ideia de Itália já era tema desde o Trecento, “uma Itália que politicamente nunca existira e continuará a não existir por mais de um século ainda, mas existia na consciência dos literatos desde o tempo de Dante. Desta ideia literária nascerá o impulso em direção à unificação política” (JOSSA, 2011, n.p., tradução nossa). Entendendo que “a paisagem não é um território real, é o território percebido pelo ponto de vista de um sujeito” (COLLOT, 1997, p. 193 apud BONA, 2017, p. 61), percebe-se que a relação de cada literato com essa nação italiana será, assim, percebida e personificada como, por exemplo, a Itália humilde e serva para Dante, a Itália submissa e lamuriosa para Petrarca ou ainda a Itália adormecida no Renascimento (DI GESÙ, 2014). Esta pesquisa visa, portanto, a refletir sobre a idealização de uma Itália literária a partir de Jossa (2011) e Di Gesù (2012; 2014) e a construção de uma sua imagem representativa na poesia Memorie e Lagrime publicada em 09 julho de 1854 no periódico oitocentista e discuti-la à luz das categorias espaciais de lugar, paisagem e território na e para a literatura com base em Bachelard (1978), Bona (2017), Borges Filho (2008), Cabral (2007) e Santos (2007).
PALAVRAS-CHAVE: L’Iride Italiana, Lugar, Paisagem, Território, Literatura
REFERÊNCIAS:
BACHELARD, Gaston. Introdução. In: ___. A filosofia do não; O novo espírito científico; A poética do espaço. Seleção de: José Américo Motta Pessanha. Tradução de: Joaquim José Moura Ramos et al. Coleção: Os pensadores. São Paulo: Abril Cultural, 1978. pp. 182-198. Disponível em: https://www.cidadefutura.com.br/wp-content/uploads/BACHELARD-Gaston.-Cole%C3%A7%C3%A3o-Os-Pensadores.pdf. Acesso em: 10 dez. 2020.
BONA, Fabiano Dalla. Paisagens de palavras na obra de Giuseppe Tomasi de Lampedusa. Rio de Janeiro: Rio Books, 2017.
BORGES FILHO, Ozíris. Espaço e literatura: introdução à topoanálise. In: XI Congresso Internacional da ABRALIC, 2008, São Paulo. Tessituras, Interações, Convergências, 2008. Disponível em: https://abralic.org.br/eventos/cong2008/AnaisOnline/simposios/pdf/067/OZIRIS_FILHO.pdf. Acesso em: 03 dez. 2020.
CABRAL, Luiz Otávio. Revisitando as noções de espaço, lugar, paisagem e território, sob uma perspectiva geográfica. Revista de Ciências Humanas, Florianópolis, EDUFSC, v. 41, n. 1 e 2, p. 141-155, Abr.-Out. 2007. Disponível em: https://periodicos.ufsc.br/index.php/revistacfh/article/view/15626. Acesso em: 18 jan. 2021.
DI GESÚ, Matteo. Il carattere degli italiani. Volume 1 – Le idee delle nazioni: da Dante a Pascoli. Milano: Doppiozero, 2012. Edição do Kindle.
DI GESÙ, Matteo. Una nazione di Carta. Roma: Carocci editore, 2014.
JOSSA, Stefano. L’Italia Letteraria. Bolonha: il Mulino, 2011. Edição do Kindle.
L’IRIDE ITALIANA. Giornale settimanale del Prof. A. Galleano Ravara. São Paulo. 1854-1856. Disponível no site da Hemeroteca Digital da Biblioteca Nacional do Rio de Janeiro em: http://www.memoria.bn.br. Acesso em: 29 abr. 2019.
SANTOS, Luis Alberto Brandão. Espaços literários e suas expansões. Aletria: Revista De Estudos De Literatura, [S. l.], v. 15, n. 1, p. 206–220, jan.-jun. 2007. Disponível em: https://periodicos.ufmg.br/index.php/aletria/article/view/18135. Acesso em: 04 jan. 2021