TÍTULO DO SIMPÓSIO:
LÍNGUA(S) E CULTURA(S) DE HERANÇA EM COMUNIDADES DE ORIGEM ITALIANA
PROPONENTES:
Fernanda Ortale (USP) - ortale@usp.br
Karine Marielly Rocha da Cunha (UFPR) - karinemrc@hotmail.com
Giliola Maggio (USP) - gilimaggio@usp.br
Matheus Felipe Arconti (graduando UNIOESTE)
Alessandra Regina Ribeiro (docente UNIOESTE)
Tomando como ponto de partida Ortale (2016), uma língua de herança reflete em questões como imigrações históricas, a língua presente na memória, na afetividade e na luta em manter tudo isso vivo, dado que, segundo a autora, quando se trata de uma língua de herança, essa não é maioritária em uma determinada sociedade. Assim, visamos trazer considerações no que concerne a língua bergamasca, que assim como outras línguas, foi introduzida durante o processo de imigração italiana no Brasil (Frosi; Mioranza, 1979) e, como toda língua viva (Bagno, 2007), também enfrentou mudanças em seu percurso sócio histórico quando se estabeleceu em território brasileiro. Diante desta perspectiva, apresentaremos a proposta de uma pesquisa de monografia que tem como foco o estudo de caso de uma idosa que mantém sua língua de herança (língua bergamasca), a qual foi ensinada pelo seu pai, imigrante italiano da cidade de Bergamo, Itália. Língua essa que pouco se destacou nos estudos de línguas de imigração, já que se nota poucas pesquisas acerca do tema. Além disso, há de se considerar o talian, falado pela mãe da participante, que também pode ter sido preservado pelo sujeito da pesquisa. Tecendo breves considerações em acordo com Rajagopalan (2003: p. 59), é evidente que as identidades linguísticas estão hoje sujeitas a um mundo globalizado, o que por sua vez, resulta em uma desvalorização de línguas e culturas de “minoria”. Portanto, é de nosso interesse responder o que permanece dessa língua.
PALAVRAS-CHAVE: Língua de herança, identidade linguística, língua bergamasca.
REFERÊNCIAS:
BAGNO, M. Nada na língua é por acaso – Por uma pedagogia da variação linguística. São Paulo: Parábola, 2007.
FROSI; MIORANZA. Imigração italiana; Estudos. Porto Alegre, Escola superior de Teologia Sáo Lourenço de Brindes; Caxias do Sul, Universidade de Caxias do Sul, 1979.
ORTALE, F. L. A formação de uma professora de italiano como língua de herança: o pós-método como caminho para uma prática docente de autoria. 162 f. Tese (Livre-docência) – Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas, Universidade de São Paulo, (2016).
RAJAGOPALAN, K. Por uma linguística critica: linguagem, identidade e a questão ética / Kanavillil Rajagopalan. – São Paulo: Parábola Editorial, 2003