TÍTULO DO SIMPÓSIO:
Trânsitos e traduções pela literatura e cultura italianas
PROPONENTES:
Erica Aparecida Salatini Maffia (UFBA) - ericasalatini@gmail.com
Lucia Wataghin (USP) - luciawataghin@gmail.com
Patricia Peterle (UFSC) - patriciapeterle@gmail.com
Lucia Wataghin (docente USP)
Graças ao trabalho intenso das últimas décadas de estudiosos e tradutores, o leitor brasileiro já tem acesso a um acervo notável de poesia italiana em português, que compreende traduções de Leopardi a Petrarca, de Dante a Caproni a Montale, de Pavese a Magrelli, de Pasolini a Testa à mais recentes traduções de poemas de Patrizia Cavalli, sem contar traduções esparsas que também merecem ser lembradas e reunidas em edições mais facilmente acessíveis. Entre os poetas italianos que mais recentemente se apresentaram ao público no Brasil, destaco Eugenio De Signoribus (Cupra Marittima, 1947), cuja produção dos últimos anos, ou boa parte dela, foi publicada em edição bilíngue aos cuidados e na tradução de Patricia Peterle na antologia Nenhum corpo é elementar (2021). Pouco antes disso, De Signoribus havia publicado no Brasil, como contribuição ao volume Krisis. Tempos de Covid-19, um breve poemeto, talvez obscuro, certamente apocalíptico, intitulado A saída (Sonho, pesadelo, duplo sonho), esse também em edição bilíngue. Minha comunicação se concentra nas duas publicações “brasileiras” de De Signoribus, com especial atenção para as partes que foram escritas como direta reação aos convites a ele dirigidos e à situação específica do Brasil. Refiro-me às prosas poéticas que constituem a última seção de Nenhum corpo é elementar e ao poemeto A saída, ambientado numa floresta que alude à Amazônia, e que guarda relações, que me proponho a investigar, com o poemeto visionário e messiânico Os doze, de Aleksandr Blok.
PALAVRAS-CHAVE: Eugenio De Signoribus, Poesia Italiana Contemporânea, Tradução
REFERÊNCIAS:
BLOK, Aleksandr. I dodici. Org. e trad. Cesare G. De Michelis. Veneza: Marsilio, 1995
DE SIGNORIBUS, Eugenio. Poesie (1976-2007). Milão: Garzanti, 2008.
____________________. Stazioni 1994-2017. Lecce: Manni, 2018.
____________________. Nenhum corpo é elementar. Trad. e introd. Patricia Peterle. Prefácio Lucia Wataghin. Rio de Janeiro: 7Letras, 2021
____________________. A saída (Sonho, pesadelo, duplo sonho). Trad. Lucia Wataghin e Patricia Peterle. In Krisis. Tempos de Covid-19. Florianópolis: Rafael Copetti, 2020, pp. 40-45.