Propostas aceitas - XIX Congresso ABPI (outubro 2021)

TÍTULO DO SIMPÓSIO:

Trânsitos e traduções pela literatura e cultura italianas

PROPONENTES:

Erica Aparecida Salatini Maffia (UFBA) - ericasalatini@gmail.com

Lucia Wataghin (USP) - luciawataghin@gmail.com

Patricia Peterle (UFSC) - patriciapeterle@gmail.com

PROPOSTAS ACEITAS (comunicações orais / pôster)

NO MEIO DAS TRADUÇÕES: REFLEXÕES SOBRE AS TRADUÇÕES DO INFERNO PARA O PORTUGUÊS BRASILEIRO

Natália Savassi Tamaio (graduanda USP)

Tem-se em Dante Alighieri um dos escritores mais consagrados da literatura ocidental e na Divina comédia a obra de maior influência que “perpassa os séculos e sobrevive graças à força interna do seu texto, às diferentes interpretações que a obra suscita/suscitou e às muitas traduções para diferentes línguas” (GUERINI, 2015, p. I). De acordo com Nucci (2018, p.7), desde Dante muitos estudiosos insistiram nas dificuldades quase insuperáveis ou até mesmo na impossibilidade da tradução poética, alguns sustentando o ideal de manter o conteúdo original “mesmo quando o texto e o tradutor estivessem diacronicamente distantes” (DAROS, 2018, p. 49), outros vendo a tradução como “uma prática semiótica especial” que redesenha o poema na chegada (CAMPOS, 2015, p. 155).

Traduzir a Divina comédia é uma tarefa árdua levando em consideração todos os cuidados que devem ser tomados para tentar, sempre na medida do possível, “sustentar, sem deixar esmorecer, a excelência e a intensidade desse poema de cem cantos.” (DIAS, 1999). As várias dificuldades da tradução ocorrem devido à distância temporal desde a criação da obra, ao desconhecimento de termos ou apreensão de significados e referências. Em suma, considerando o trabalho da tradução e a sua cooperação entre versões, é difícil qualificar quaisquer resultados, mas há alguns fatores que podem sem questionados, comentados e analisados. O ponto essencial deverá ser o “da qualidade poética do texto resultante”, sem descuidar do rigor na transposição de sentido do original para ele (WANDERLEY, 2010, p. 28). A presente proposta tem como objetivo comentar quatro traduções de um canto do “Inferno”, da Divina comédia, com a finalidade de, além de pensar no papel da tradução e do tradutor, pensar no encontro entre as culturas italiana e brasileira.

 

PALAVRAS-CHAVE: Literatura Italiana, Tradução, Inferno

REFERÊNCIAS:

DAROS, Romeu Porto. “Dom Pedro II e Bartolomé Mitre: a tradução da Divina comédia por governantes sul-americanos no século XIX.” In: GUERINI, Andréia; DE GASPERI, Silvana (Orgs.). Dante Alighieri: língua, imagem e tradução. São Paulo: Rafael Copetti Editor, 2015.

DIAS, Maurício Santana. “O desafio da “Comédia” (1999). Caderno Mais. Folha de São Paulo. Disponível em http://www1.folha.uol.com.br/fsp/mais/fs25079913.htm

CAMPOS, Haroldo de Campos. Transcriação. Organização de Marcelo Tápia, Thelma Médici Nóbrega. São Paulo: Perspectiva, 2015.

GUERINI, Andréia. “Apresentação”. In: Imagem e tradução. São Paulo: Rafael Copetti Editor, 2015.

NUCCI, Eliane Aparecida Zucculin. Dois cantos da Divina Commedia em traduções para o português. Dissertação (mestrado) – Universidade Estadual de Campinas, Instituto de Estudos da Linguagem, 2018.

WANDERLEY, Jorge. “Traduzir A divina comédia”. In: A divina comédia – Inferno. Dante Alighieri; tradução de Jorge Wanderley. São Paulo: Abril, 2010.