Propostas aceitas - XIX Congresso ABPI (outubro 2021)

TÍTULO DO SIMPÓSIO:

#italianoparatod@s: políticas, práticas e perspectivas do italiano no Brasil

PROPONENTES:

Cristiane Maria Campelo Lopes Landulfo de Sousa (UFBA) - cristianelandulfo@gmail.com

Daniela Aparecida Vieira (Centro Integrado de Educação de Jovens e Adultos (CIEJA) Aluna Jéssica Nunes Herculano - São Paulo-SP) - daniela.apvieira@yahoo.com.br

PROPOSTAS ACEITAS (comunicações orais / pôster)

DAS POSSIBILIDADES DE UM ENSINO DECOLONIAL DE ITALIANO LE

Alessandra H. B. Fukumoto (doutoranda UFMG)

A graduação foi para muitos de nós, professores de língua estrangeira (LE), o primeiro momento em que debatemos variações linguísticas, preconceito linguístico e as relações de poder que envolvem as variantes consideradas “de prestígio”, por exemplo. Mas, não raro, quando entramos para lecionar em uma sala de aula de LE, não questionamos a língua escolhida como a “ideal” e quais e como os elementos culturais serão abordados. Essa escolha pelo “ideal” a ser trabalhado em sala de aula, com o apagamento e silenciamento de outros usos da língua, de culturas, faz parte de uma prática colonial que reproduzimos em nossas aulas. A supervalorização da ideia do falante nativo, bem como a adoção de materiais produzidos no “centro” acabam por inibir um posicionamento crítico por parte dos professores de LE. Acreditamos, contudo, nas possibilidades da sala de aula de LE como espaço de deslocamentos identitários, rupturas e questionamentos do que está até mesmo inscrito em nós com a nossa língua materna. Gostaríamos de propor nessa comunicação a discussão do uso de letramento crítico e perspectivas decoloniais como uma possibilidade de trabalharmos com a língua estrangeira partindo do local: desde o trabalho nas “brechas” (DUBOC, 2017) – quando somos obrigados a seguir materiais e cronogramas que nos são impostos pelas instituições – até a ideia de produção do próprio material didático como uma atitude decolonial; entendendo o professor não-nativo como um intelectual subalterno (KUMARAVADIVELU, 2014), a educação como forma de intervenção no mundo e a não neutralidade da nossa prática (FREIRE, 1996).

PALAVRAS-CHAVE: Ensino de Língua Estrangeira/Adicional, Letramento Crítico, Perspectivas Decoloniais, Formação de Professores.

REFERÊNCIAS:

DUBOC, A. P. Letramento crítico nas brechas da sala de línguas estrangeiras. In: TAKAKI, N. H.; MACIEL, R. F. (orgs.) Letramentos em terra de Paulo Freire. Campinas-SP: Pontes Editores, 2017. p.209-229.

FREIRE, P. Pedagogia da autonomia. São Paulo: Paz e Terra, 1996. 12a ed.

KUMARAVADIVELU, B. The decolonial option in language teaching: can the subaltern act? TESOL Quarterly, v.50, n.01, 2014. p.66-85