TÍTULO DO SIMPÓSIO:
La letteratura italiana del Novecento e del Ventunesimo Secolo in dialogo con le altre arti
PROPONENTES:
Fabiano Dalla Bona (UFRJ) - fdbona@gmail.com
Roberta Barni (USP) - rbarni@usp.br
Adriana Iozzi klein (USP) - adriozzi@usp.br
Andrea Santurbano (docente UFSC)
Conforme aponta Franco Rella em Limiares, desde Platão e sua expulsão dos poetas da República, o dissídio entre filosofia e poesia, entre esfera conceitual e figural, caracteriza toda a tradição ocidental, ao passo que seria “necessário identificar o espaço [estético], em que a verdade poética e artística, o inaparente que em sua aparência se manifesta, possa se confrontar com outras linguagens, com outras verdades, com outros relatos” (RELLA, 2021, p. 96). A de Rella, cuja reflexão sempre tem sido estritamente ligada à esfera figurativa, é a indicação de um método que, pelo menos nas últimas 3-4 décadas, marca o pensamento estético italiano, incluindo autores como Agamben, Esposito e Perniola. Se a literatura acolhe tópica ou citacionalmente, por exemplo, a pintura – basta pensar, além de Il cavaliere e la morte de Sciascia ou Le pietre volanti de Malerba, em A obra-prima desconhecida de Balzac (cf. Didi-Huberman [2012]) ou na presença do Cristo morto de Holbein em O idiota de Dostoievski (cf. Kristeva [1989], Agamben [2021] e o próprio Rella [2017]) –, a escrita, também na esteira do sucesso dos textos de W.G. Sebald, voltou mais recentemente a encontrar a imagem a partir, na Itália em particular (depois das experiências de Manganelli ou Tabucchi), de módulos iconotextuais ou mais propriamente ecfrásticos: é o caso de Mari (Leggenda privata, mas não só), Sorrentino (Gli aspetti irrilevanti) e Agamben (Autoritratto nello studio e Studiolo), já abordado por Santurbano (2018). É dessas reflexões estéticas, entre arte e filosofia, que esta proposta pretende sucintamente tratar.
PALAVRAS-CHAVE: Espaço Estético, Limiares, Ekphrasis, Pensamento Italiano
REFERÊNCIAS:
AGAMBEN, Giorgio. Studiolo. Trad. Vinícius Nicastro Honesko. Belo Horizonte: Âyiné, 2021.
DIDI-HUBERMAN, Georges. A pintura Encarnada. Seguido de A obra-prima desconhecida, de Honoré de Balzac. Trad. Osvaldo Fontes Filho; Leila de Aguiar Costa. São Paulo: Escuta, 2012.
KRISTEVA, Júlia. Sol negro: Depressão e Melancolia. Trad. Carlota Gomes. Rio de Janeiro: Rocco, 1989.
RELLA, Franco. Limiares: entre arte e filosofia. Trad. Andrea Santurbano; Patricia Peterle. Rio de Janeiro: 7Letras – Rafael Copetti Editor, 2021.
RELLA, Franco. Quale bellezza?. Napoli-Salerno: Orthotes, 2017.
SANTURBANO, Andrea. Fototextualidade na narrativa contemporânea. In: PETERLE, Patricia; SANTURBANO, Andrea (orgs.). Contemporaneidades na/da literatura italiana. São Paulo: Rafael Copetti, 2018 (1a ed. e-book, 2020).