TÍTULO DO SIMPÓSIO:
Dante Alighieri e outros autores italianos e brasileiros: entre o maravilhoso, o fantástico e o mitológico
PROPONENTES:
Maria Celeste Tommasello Ramos (UNESP - Campus de São José do Rio Preto - SP) - mct.ramos@unesp.br
Ionara Satin (UNESP/Araraquara) - ionarasatin@gmail.com
Adriana Aparecida de Jesus Reis (mestranda UNESP)
O mito de “Eros/Cupido e Psiquê” é narrado nos livros IV, V e VI do romance antigo O asno de ouro, de Lucio Apuleio. O texto da literatura latina fornece a fonte para o escritor napolitano Giambattista Basile escrever sua obra-prima Lo cunto de li cunti ovvero lo trattenemiento de peccerille (1634-36), traduzida integralmente no Brasil de O conto dos contos ou entretenimento dos pequeninos (2018). Ele usa o mito como inspiração para escrever o nono conto maravilhoso da segunda jornada, o qual recebe o título de “O cadeado”. Curiosamente, esta narrativa italiana apresenta várias confluências com dois contos populares brasileiros: “A Bela e a Fera”, registrado pelo folclorista potiguar Câmara Cascudo em Contos Tradicionais do Brasil (1946), e “Angélica mais afortunada (O príncipe Teiú)”, registrado pelo folclorista baiano Marco Haurélio em Contos e fábulas do Brasil (2011). Cascudo e Haurélio pertencem à corrente da literatura folclórica brasileira, caracterizada pelo seu caráter essencialmente oral e mutante. (cf. COELHO, 2010). Isto posto, este trabalho propõe-se a aproximar e analisar, sob o viés da metamorfose (cf. BETTELHEIM, 2002; RAK, 2005; MICHELLI, 2021), os contos populares maravilhosos italiano e brasileiros, ainda que distanciados por séculos, países e culturas distintos. Além da temática do noivo-animal comum às três narrativas, verifica-se que o conto coletado por Haurélio no século XXI aglutina elementos populares advindos tanto de Basile quanto de Cascudo. Assim, a perspectiva comparada acrescenta, por meio de relações e interpretações a partir das obras estudadas, novos significados ao contexto em que elas estão inseridas.
PALAVRAS-CHAVE: Maravilhoso Popular, Metamorfose, Giambattista Basile Câmara Cascudo, Marco Haurélio
REFERÊNCIAS: