TÍTULO DO SIMPÓSIO:
Dante Alighieri e outros autores italianos e brasileiros: entre o maravilhoso, o fantástico e o mitológico
PROPONENTES:
Maria Celeste Tommasello Ramos (UNESP - Campus de São José do Rio Preto - SP) - mct.ramos@unesp.br
Ionara Satin (UNESP/Araraquara) - ionarasatin@gmail.com
Giacomo Enzo Cinquarole Bellissimo (mestrando UNESP)
Em Nessuno: l’Odissea raccontata ai lettori d’oggi, de 1997, Luciano De Crescenzo, como promete, reconta a obra A Odisseia, de Homero, aos leitores do final do século XX, e utiliza para isso todo o seu repertório adquirido na trajetória de pesquisador de mitologia e humor. Ainda, em seu processo de reescritura intertextual, modifica as falas dos personagens em uma fala híbrida na qual se reconhece a voz enunciativa, o que afirma uma obra autêntica, pois “[...] dizer diferentemente é renovar” (SAMOYAULT, 2008, p. 73). Do mesmo modo, é feita uma leitura do herói Ulisses, modelo ético para os gregos estabelecido através das narrativas homéricas (cf. JAEGER, 1966, p. 63). De Crescenzo reestrutura tal modelo introduzindo comentários durante a narração principal e, posteriormente, em um capítulo chamado Contro Ulisse, no qual faz um dossiê das façanhas mais dignas de reprovação do herói. Além disso, o Ulisses de De Crescenzo resolve continuar suas aventuras no final da narrativa e sai em uma nova aventura, da qual o fim não sabemos, mas conhecemos algumas histórias possíveis: em uma leitura de Ulisses na obra A Divina Comédia, Dante Alighieri o coloca em um dos círculos do Inferno. Mas qual o motivo que levou Dante a colocar o herói mais habilidoso entre todos no Inferno? Esta comunicação propõe um passeio pelos atos condenáveis de Ulisses em Nessuno (1997) e uma reflexão no intuito de compreendermos a decisão de Dante em colocá-lo no Inferno.
PALAVRAS-CHAVE: Ulisses, Luciano De Crescenzo, Dante, Divina Comédia
REFERÊNCIAS: