TÍTULO DO SIMPÓSIO:
Dante Alighieri e outros autores italianos e brasileiros: entre o maravilhoso, o fantástico e o mitológico
PROPONENTES:
Maria Celeste Tommasello Ramos (UNESP - Campus de São José do Rio Preto - SP) - mct.ramos@unesp.br
Ionara Satin (UNESP/Araraquara) - ionarasatin@gmail.com
Carolina de Castro Wanderley (mestranda UFRJ)
Quando Bakhtin (2010) estabelece parâmetros do que é a carnavalização da literatura, da busca da palavra e do pensamento por outras realidades, ocorrem inversões e rebaixamentos materiais em obras literárias derivadas, que adotam novas formas de expressão do argumento das obras originárias. Além da carnavalização da literatura em outros textos, por vezes o esconso do livro se dá em outras linguagens artísticas, formais ou populares. Às vezes este fenômeno se dá pelo próprio folguedo denominado Carnaval. A Divina Comédia de Dante Alighieri (2017), obra seminal da literatura italiana, foi exaustivamente revisitada, estudada, parodiada e por vezes bakhtinianamente carnavalizada nestes tantos séculos de existência. No ano de 2017, a escola de samba carioca Acadêmicos do Salgueiro apresentou a caminhada de Dante à Marquês de Sapucaí, do Inferno ao Paraíso, num desfile de carnaval, sob enredo de Renato e Márcia Lage. As ressonâncias da figura de Satanás de Dante no desfile de escola de samba mencionado é o interesse de análise da presente proposta, notadamente verificado na comissão de frente apresentada, onde é representado o personagem. Para tanto, anela-se o estudo comparativo da conformação visual e psicológica do demônio de A Divina Comédia no XXXIV Canto do Inferno e de Satanás concebido pelo carnavalesco e trazido em sua comissão de frente, com fundamento na carnavalização de Bakhtin (2010), da história da personificação do mal na sociedade de Jeffrey Russel (1991) e também nos estudos sobre o tema da lavra de Roberto Muchembled (2002).
PALAVRAS-CHAVE: Iconografia Diabólica, Carnavalização, Inferno
REFERÊNCIAS: