TÍTULO DO SIMPÓSIO:
As dobraturas poéticas de Dante em D'Annunzio
PROPONENTES:
Flora De Paoli Faria (UFRJ) - paolif@letras.ufrrj.br
Fernanda Gerbis Fellipe Lacerda (UFRJ) - fernandagerbis@gmail.com
Carlos da Silva Sobral (docente UFRJ)
A poesia de Dante Alighieri (1265-1321), particularmente no Dolce Stil Nuovo, chancela o ícone da mulher anjo, que, por muito tempo, povoa o imaginário literário italiano. A intenção neste trabalho é observar a desconstrução dessa imagem que é frequente na produção decadentista de Gabriele D’Annunzio (1863-1938). Dessa forma, focalizaremos a canção Vucchella, composta durante a estada do artista pescarês em Nápoles sob a tutela da escritora italiana Matilde Serao; período em que colaborava nos Jornais Il Mattino e Corriere di Napoli. A poliédrica obra do poeta indica a sua itinerância por várias regiões italianas (BOTTA, 1989) que, muitas vezes, servem de cenário para seus textos e contribuem para a consolidação de suas manifestações artísticas, além de ratificar seu profundo domínio da língua italiana padrão (DE MAURO, 1970), instrumento de fundamental importância na consolidação do recente processo de Unificação da nação italiana. A opção por um texto dialetal ilustra a versatilidade dannunziana no uso de variantes linguísticas. A canção escrita em napolitano responde ao desafio que lhe fora feito por Ferdinando Russo, seu colega de redação, e celebra o romance do artista com a nobre Maria Gravina. Nessa singular composição, D’Annunzio se refere à boca de uma mulher (GIAMMARCO, 2005) em termos físicos, colocando-se numa posição marcadamente oposta à figura feminina construída por Dante.
PALAVRAS-CHAVE: Mulher fatal, Dante Alighieri, Gabriele D’Annunzio
REFERÊNCIAS:
BOTTA, Giorgio. (a cura di). Cultura del viaggio. Ricostruzione storico-geografica del territorio. Milano: Unicopli, 1989.
DE MAURO, Tullio. Storia linguistica dell’Italia unita. Roma: Laterza, 1970.
GIAMMARCO, M. La parola tramata: Progettualittà e invenzione nel texto di D’Annunzio. Roma: Carocci, 2005.