TÍTULO DO SIMPÓSIO:
Ensino e aprendizagem de Italiano mediado por tecnologias digitais
PROPONENTES:
Jadirlete Cabral (UFBA) - jadecabral2017@gmail.com
Mariza Silva de Moraes (UFES) - mariza.moraes24@gmail.com
RESUMO DA PROPOSTA:
A pandemia causada pelo novo coronavírus (COVID-19), a partir de 2020, surpreendeu a educação brasileira, desde o nível maternal até o superior. O maior impacto foi a suspensão de aulas presenciais e sua transição para atividades não presenciais, por meio do ensino remoto, de caráter emergencial. Devido à pandemia, as tecnologias digitais foram concebidas, pelos agentes públicos da educação, como solução massiva para o âmbito educacional, enquanto durar a emergência na saúde pública. O ensino mediado por tecnologias digitais, antes demonizado, tornou-se familiar ao cotidiano de professores e de estudantes. Faltava, porém, repertório para a maioria dos docentes e dos discentes, ou seja, havia carência de letramento digital para ambas as categorias. Para os estudantes, ocorria ainda a ausência do domínio de ferramentas tecnológicas e de recursos financeiros para adquirir computadores ou tablets e poder pagar as mensalidades de acesso à Web. O expediente estatal para conter os efeitos nocivos da pandemia incluiu ajustes no calendário letivo, nas metodologias de ensino e de avaliação, na estrutura de conteúdos disciplinares, entre outros. A par e passo com essas novidades e dificuldades, tivemos os fantasmas da evasão e das avaliações externas às universidades: ENADE e INEP. Tendo em vista essa situação e sua presença na vida de docentes e discentes, este simpósio no XIX Congresso da ABPI objetiva discutir questões relativas à inclusão digital dos alunos do ensino superior, que receberam auxílio governamental, por meio de chips para celulares, possibilitando acesso à rede internacional de computadores. A inclusão digital foi generalizada, visto que acordos com os gigantes da Internet possibilitaram acesso gratuito a ferramentas de comunicação em tempo real (Google Meet, por exemplo) para as esferas dos discentes e dos docentes. Naturalmente, a passagem abrupta do presencial para o suporte de plataformas de ensino virtual causou desconforto, rejeição e insegurança. Os resultados definitivos da virtualização do ensino superior ainda não podem ser mensurados, mas já temos sintomas que revelam as dificuldades a serem sanadas e os aspectos que requerem especial atenção, entre os quais, por exemplo, a interação aluno/professor e aluno/aluno na aprendizagem de segundas línguas. Outro assunto polêmico é o estágio curricular obrigatório: como fazê-lo remotamente? Acrescentamos à pauta de discussões a questão do acesso às referências bibliográficas que constam dos programas de disciplinas, que são, em quase todos os casos, constituídas de material impresso, com o acesso aos acervos físicos bloqueado por causa da pandemia. Os temas relativos ao ensino remoto emergencial são pulsantes e extremamente presentes e a nossa proposta está ancorada nos estudos de Rojo e Moura (2019) e nas múltiplas possibilidades de uso e de expansão dos aparatos tecnológicos e das mídias digitais apontados também por Santaella (2014), entre outros. Propomos aqui, em especial, uma reflexão que se concentre no âmbito do ensino de Italiano em nível superior e na licenciatura em italiano que, na maior parte dos casos ministrada em modalidade presencial, teve que enfrentar mudanças. No simpósio, serão discutidas estratégias e metodologias adotadas no ensino de Italiano mediado pela tecnologia, assim como pesquisas que avaliem seus impactos.
REFERÊNCIAS:
BRASIL. (2020a). Conselho Nacional de Educação. Parecer CNE-CP Nº 5, de 30 de abril de 2020, dispõe sobre a reorganização do Calendário Escolar e da possibilidade de cômputo de atividades não presenciais para fins de cumprimento da carga horária mínima anual, em razão da Pandemia da COVID-19. Recuperado em 03 de Maio, 2020, disponível em: https://abmes.org.br/arquivos/legislacoes/Parecer-cne-cp-005-2020-04-28.pdf
MILL, D. Sobre o conceito de polidocência ou sobre a natureza do processo de trabalho pedagógico na educação a distância. In: MILL, D.; RIBEIRO, L. R. C.;
OLIVEIRA, M. R. G. (orgs.). Polidocência na educação a distância: Múltiplos enfoques. São Carlos: EdUFSCar, 2014, p. 25-42. [ Links ]
ROJO, Roxane; MOURA, Eduardo. Letramentos, mídias e linguagens. São Paulo: Parábola Editorial, 2019, 1ª ed., 224 pág. ISBN: 978-85-7934-171-7
SANTAELLA, Lucia. Comunicação ubíqua: repercussões na cultura e na educação. São Paulo: Editora Paulus, 2014.
SANTOS, BS. (2020). A cruel pedagogia do vírus. [e-book]. Coimbra: Edições Almeidina. Recuperado em 20 de Abril, 2020, disponível em: https://www.cpalsocial.org/documentos/927.pdf
PALAVRAS-CHAVE:
Ensino e aprendizagem – Tecnologias digitais – Língua Estrangeira.