TÍTULO DO SIMPÓSIO:
(TRANS)FORMAÇÃO DOCENTE E A EDUCAÇÃO LINGUÍSTICA EM LÍNGUA ITALIANA: CAMINHOS POSSÍVEIS
Paula Garcia de Freitas (UFPR), Marianna Schneider (UFPR) e Ana Paula Miranda Mendes (UFPR)
As medidas políticas e educacionais referentes ao ensino e à aprendizagem de línguas sancionadas em um país mostram, de certa maneira, posicionamentos e concepções que deixam marcas indeléveis na cultura de se ensinar e aprender. No que tange o ensino de italiano no Brasil, graças a um passado de discriminação e intolerância, são escassas as políticas para a difusão do idioma (FREITAS et al, 2015). (Des)amparados por tal política, em tempos atuais somos ainda chamadas a ajudar a desenvolver nos (futuros) professores uma postura intercultural, entendida como a capacidade de interagir harmoniosamente com outros saberes, respeitando modos de vida e cosmopercepções outras (LANDULFO, 2016). Nesse cenário, temos criado (per)cursos de formação inicial e continuada que visam a refletir sobre as políticas linguísticas, o conceito de (inter)cultura e as técnicas que ajudariam a potencializar o desenvolvimento dessa postura, problematizando sua relação na situação concreta da sala de aula, com resultados bastante positivos. Nesta apresentação mostraremos os conceitos teóricos e metodológicos para a estruturação da última oferta que ocorreu em julho de 2023, seu processo instrucional e os efeitos observados no fazer docente dos 20 participantes. Os dados foram coletados com um pré-teste, atividades assíncronas, aulas gravadas em áudio e vídeo, os trabalhos finais que previam a elaboração de percursos interculturais, além de um questionário (auto)avaliativo. A análise dos dados indica que os participantes não tinham consciência das políticas linguisticas existentes no país e seus impactos em suas aulas de italiano, mas que esse conhecimento é fundamental para compreensão do presente e para a projeção de um futuro potencialmente intercultural, que exige novas concepções e novas técnicas de ensino e aprendizagem.
PALAVRAS-CHAVE: Políticas linguisticas; intercultura; política educacional; italiano.
REFERÊNCIAS:
CANDAU, V. M. (org.). (2012). Didática crítica intercultural. Petrópolis, RJ: Vozes.
FREITAS, P. G. Intercultura nas escolas e na formação de professores de línguas. Línguas & Letras, v. 20, n. 46, p. 126-146, 2019.
FREITAS, P. G.; BALTHAZAR, L. L.; LUNATI, M. (2015). Dialetos e língua padrão: a educação linguística dos italianos em pátria e em contextos de imigração (1861-2015). Revista Forum Linguístico, v. 12 n. 3, p. 755-770.
FREITAS, P. G. (2020). Ensinando a ensinar com tarefas comunicativas: um percurso para a formação inicial de professores. In: TREVISOL, J.; SILVA, I. T. Fundamentos e práticas no ensino de línguas. v. II. Catu: Bordô-Grená, p. 55-79.
FREITAS, P. G. de, & Landulfo, C. M. (2022). @meninasemulheresnaliteratura: escrita diaspórica em língua italiana, conexão de redes, de saberes e formação docente. Textos FCC, 62, 35–62. https://doi.org/10.18222/fcc-pprmm2022_3
MENDES, E. (2008). Língua, cultura e formação de professores: por uma abordagem de ensino intercultural. In: MENDES, E.; CASTRO, M. L. (org.). Saberes em português: ensino e formação docente. Campinas, SP: Pontes, p. 57-77.