TÍTULO DO SIMPÓSIO:
(TRANS)FORMAÇÃO DOCENTE E A EDUCAÇÃO LINGUÍSTICA EM LÍNGUA ITALIANA: CAMINHOS POSSÍVEIS
Carolina Pizzolo Torquato (UFSC)
O que (poderia) significa(r) ensinar italiano para as crianças brasileiras? A pergunta que move este trabalho direciona a discussão sobre o ensino do italiano para o contexto da Educação Básica e, mais do que isso, para as questões que são próprias das comunidades de Santa Catarina e do Espírito Santo que, por meio de leis municipais, incluíram a língua na grade curricular do Ensino Fundamental. Resultado de pesquisas que vêm sendo realizadas há uma década, este trabalho defende a perspectiva de que são necessárias sobretudo pesquisas etnográficas – portanto, mais qualitativas do que quantitativas, mais de campo do que de gabinete – para tratar da complexidade de fatores relacionados à inclusão e à permanência da língua italiana nas escolas brasileiras. Quais são os sentidos e os significados do ensino do italiano para o público infantil no Brasil contemporâneo? Ou, melhor: para as crianças, quais são os sentidos de aprender italiano? E para as professoras, que significados tem a experiência de ensinar a língua nas diferentes escolas? Partindo de um relativo conhecimento de campo, e tomando distância de concepções colonialistas que reproduzem, na educação linguística, dinâmicas etnocêntricas, excludentes e alienantes, este trabalho pretende, inicialmente, abordar algumas implicações éticas que permearam a pesquisa com comunidades do interior de Santa Catarina e do Espírito Santo. Nesse sentido, será contextualizado o projeto Felina fábula, que articula o ensino de italiano às pautas socioambientais e à agenda decolonial sendo, por fim, apresentadas algumas propostas pedagógicas transdisciplinares que dialogam com a realidade socioambiental das crianças, das professoras e das comunidades escolares nas quais a língua italiana é matéria curricular.
PALAVRAS-CHAVE: escola pública; língua italiana; educação básica; propostas pedagógicas; transdisciplinaridade.
REFERÊNCIAS:
FANON, Frantz. Pele negra, máscaras brancas. Tradução de Sebastião Nascimento e colaboração de Raquel Camargo. São Paulo: Ubu editora, 2020.
FEDERICI, Silvia. Calibã e a bruxa: mulheres, corpo e acumulação primitiva. Tradução de Coletivo Sycorax. São Paulo: Elefante, 2017.
FREIRE, Paulo. Pedagogia da autonomia: saberes necessários à prática educativa. 62. Ed. Rio de Janeiro/São Paulo: Paz e Terra, 2019.
KILOMBA, Grada. Memórias da plantação. Episódios de racismo cotidiano. Tradução de Jess Oliveira. Rio de Janeiro: Cobogó, 2019.
KOPENAWA, Davi; ALBERT, Bruce. A queda do céu: palavras de um xamã yanomami. Tradução de Beatriz Perrone-Moisés. São Paulo: Companhia das Letras, 2015.
KRENAK, Ailton. A vida não é útil. São Paulo: Companhia das Letras, 2020.
ROLNIK, Suely. Esferas da insurreição: notas para uma vida não cafetinada. São Paulo: n-1 edições, 2018.
TORQUATO, Carolina Pizzolo. Felina fábula. São Paulo: Editora Gataria, 2023.