TÍTULO DO SIMPÓSIO:
Literatura Italiana em tradução: perspectivas e possibilidades
Gabrielle Gonçalves de Carvalho - Mestranda/USP
O presente trabalho tem como proposta apresentar uma tradução comentada do conto “O ladrão de luzes” (“Il ladro dei lumi”), da escritora italiana Elsa Morante, publicado ineditamente na coletânea Lo scialle andaluso (1963). A partir de uma breve apresentação do contexto de publicação do livro e do destaque de alguns aspectos de sua escrita - tais como a fragmentação do real a partir da criação de imagens insólitas e o tom fabular da narração - buscaremos compreender como esses aspectos se manifestam no conto em questão e em que medida eles estão presentes na sua forma narrativa. Com isso, buscaremos apresentar, a partir de trechos traduzidos, como a construção de tais características colaboram para criar um ritmo narrativo o qual não apenas obscurece o real, mas parece de suma importância para o processo de tradução do conto em questão e de outros que compõem a coletânea. Tentaremos responder à pergunta: como abrigar, em língua portuguesa, esse ritmo narrativo para além do misterioso enredo do conto? E ainda: qual é a importância do ritmo narrativo para o processo de tradução?
Nesse sentido, a partir das ideias de Ana Cristina César (1983) e Paulo Henriques Britto (2012), grandes pensadores e tradutores brasileiros, refletiremos sobre a relevância do ritmo em prosa, pensando-o sobretudo a partir dos gêneros breves. Por fim, pretendemos concluir argumentando em prol da relevância de se traduzir as narrativas breves escritas por Elsa Morante, autora que, além de ter sido pouco traduzida no Brasil, é reconhecida sobretudo por suas obras romanescas. Para tanto, recorreremos ao fato de que foi a partir das narrativas breves que a autora iniciou seu longo e dedicado percurso pela literatura.
PALAVRAS-CHAVE: Elsa Morante; Narrativas breves; Ritmo da prosa; Tradução comentada.
REFERÊNCIAS:
BRITTO, Paulo Henriques. A tradução literária. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2012.CÉSAR, Ana Cristina. Crítica e tradução. Rio de Janeiro: Companhia das Letras, 2016.