TÍTULO DO SIMPÓSIO:
Interfaces da interculturalidade no ensino de italiano: materiais, pesquisas e novas perspectivas
Matheus Eduardo Ferreira - Graduando/UFPR
Luciana Lanhi Balthazar - UFPR
Este artigo investiga o estado da arte da produção acadêmica sobre Recursos Educacionais Abertos (REA) no Brasil, com ênfase na formação de professores de línguas adicionais. A pesquisa parte da constatação de que, embora haja crescente produção de materiais didáticos voltados ao ensino de línguas adicionais, ainda há desconhecimento sobre como protegê-los ou licenciá-los adequadamente. A proposta é transformar esses materiais em REA, conforme os conceitos da Declaração de Paris da UNESCO (2012) e de autores como Santos (2013) e Hilton (2010).
A metodologia baseia-se em Leffa et al. (2016) e Ferreira (2002), por meio da análise do estado da arte dos REA em dissertações e teses disponíveis no repositório da CAPES. O levantamento evidenciou um aumento significativo na produção acadêmica sobre REA, inclusive em áreas além da educação, como ciência da computação. No entanto, acredita-se que esse conhecimento ainda não alcança efetivamente os cursos de formação de professores. Para testar essa hipótese, foi elaborado um questionário e aplicado a docentes de línguas adicionais, com o objetivo de identificar seu nível de conhecimento sobre REA e se tiveram contato com essa temática durante sua formação. Os dados revelaram um alto grau de desconhecimento, mesmo entre aqueles que cursaram disciplinas voltadas à produção de materiais didáticos. Além disso, foi realizada uma análise dos currículos de cursos de Letras, com ênfase em Italiano, a fim de verificar a presença da temática dos REA nas suas disciplinas obrigatórias. A ausência de menções nas ementas pode reforçar a hipótese de que os futuros professores não estejam sendo formados para lidar com esses recursos. Os resultados sustentam a hipótese inicial e indicam a necessidade de uma intervenção formativa. O estudo contribui para o debate sobre a urgência de incorporar os REA de forma crítica e prática na formação docente.
PALAVRAS-CHAVE: Recursos Educacionais Abertos; Formação de professores; Materiais didáticos; Licenças.
REFERÊNCIAS:
FERREIRA, N. S. DE A. As pesquisas denominadas “estado da arte”. Educação & sociedade, v. 23, n. 79, p. 257–272, 2002.
HILTON, J., III et al. The four ‘R’s of openness and ALMS analysis: frameworks for open educational resources. Open Learning The Journal of Open Distance and e-Learning, v. 25, n. 1, p. 37–44, 2010.
LEFFA, V. J. et al. Contribuindo com o estado da arte sobre Recursos Educacionais Abertos para o ensino e a aprendizagem de línguas no Brasil. Veredas on-line - As tecnologias digitais no ensino e aprendizagem de línguas, v. 20, n. 1, p. 1–20, 2016.
SANTOS, A. I. Recursos educacionais abertos no Brasil. São Paulo: CETIC.br, 2013. Disponível em: <https://www.cetic.br/pt/publicacoes/indice/unesco/> UNESCO. Declaração REA de Paris em 2012. Congresso mundial sobre recursos educacionais abertos (REA) de 2012. Jun. 2012. Disponível em: <https://tinyurl.com/2wat9h5z>