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NOTA EM DEFESA DA CAPES

A Associação Brasileira de Linguística (Abralin), a Associação de Linguística Aplicada do Brasil (ALAB), a Associação Brasileira de Hispanistas (ABH), a Associação Nacional de Pesquisa, Pós-Graduação em Letras e Linguística (Anpoll), a Associação Brasileira de Literatura Comparada (ABRALIC) e a Associação Brasileira dos Professores de Italiano (ABPI) vêm manifestar estranheza à nomeação de Cláudia Mansani Queda de Toledo como Presidente da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior – CAPES.

A CAPES, responsável pela qualidade da pós-graduação no Brasil, tem zelado pela excelência de pesquisadores e pela qualificação e produção relevante dos docentes dos  programas de pós-graduação no País, induzindo o impacto das produções acadêmicas no cenário científico internacional. Sendo assim, espera-se que a presidência desta fundação seja ocupada por acadêmicos com ampla experiência em gestão de cursos de pós-graduação de excelência, orientação de mestrados, doutorados, supervisão de pós-doutorados, coordenação de projetos científicos de grande porte e produção científica qualificada e reconhecida entre seus pares.

Historicamente, a CAPES sempre primou por ter em seus quadros diretivos pesquisadores e pesquisadoras de excelência, que contribuíram de forma indelével para a mudança nos parâmetros de formação de profissionais de alto nível, a começar pelos seus primeiros presidentes: Anísio Teixeira e Susana Gonçalves. O currículo de Cláudia Toledo não revela onde ela se graduou e indica que cursou o seu doutorado na instituição da qual é reitora e co-proprietária. Além disso, não constam no currículo publicações em periódicos arbitrados, orientações de doutorado concluídas ou experiência internacional. Essas informações por si só já expõem a fragilidade e a impropriedade da indicação da empresária para assumir uma posição tão importante para o avanço da ciência no País.

A forma de condução das políticas de formação de recursos humanos de alto nível  no País é fundamental e tem relação direta com o progresso. Lembrando a relação direta desses recursos com o progresso das humanidades, das ciências e das tecnologias, as associações científicas signatárias desta carta solicitam ao Ministério da Educação a imediata revisão desta nomeação e a sua substituição por um nome compatível com as responsabilidades e com as elevadas finalidades intrínsecas ao cargo.